Primeira vitória de Rubens Barrichello na F1
Depois de 124 corridas e oito anos na Fórmula 1, Rubens Barrichello, enfim, venceu. A bordo da Ferrari, na disputa do GP da Alemanha, em Hockenheim, em 2000.
Ele foi o piloto que mais tempo levou para chegar ao rol dos vitoriosos na categoria. Antes dele, o recorde era do finlandês Mika Hakkinen, que demorou 96 GPs. No Brasil, a Rede Globo comemorou picos de até 34 pontos de audiência. E, pela primeira vez depois de sete anos, tocou novamente o “Tema da Vitória”. A música não era executada desde 1993, quando Ayrton Senna ganhou o GP da Austrália. Logo após a prova, ainda de capacete, recebeu o primeiro abraço:
Michael Schumacher, seu companheiro de equipe que havia abandonado a prova na primeira curva, foi recebê-lo no box. Hakkinen e David Coulthard, da McLaren, segundo e terceiro colocados, vieram na seqüência dar os parabéns ao brasileiro. Rubinho virara mascote dos veteranos que compartilhavam a emoção de vê-lo vencer seu primeiro GP.
No pódio, com a bandeira verde-amarela, chorou na execução do Hino Nacional. “Eu só pensava no Ayrton”, disse depois à imprensa, quando dedicou publicamente a vitória a Senna. No dia seguinte, Viviane Senna enviou por fax uma carinhosa carta agradecendo a homenagem ao irmão, morto em 1994.
A primeira vitória de Rubens Barrichello foi um espetáculo raro que começou atribulado no treino que definiria o grid de largada, no dia anterior. Por pouco não ficou fora. Uma pane elétrica inviabilizou a utilização de sua Ferrari. A máquina reserva estava sendo usado por Schumacher, que batera no treino livre.
Barrichello teve que esperar a reconstituição do carro do companheiro pelos mecânicos – o que aconteceu dois minutos antes do encerramento do treino que definiria o grid de largada. Chovia e o máximo que conseguiu foi sair em 18º. Iniciada a corrida, chegou a 11º no final da primeira volta e, na décima quinta, já ocupava o terceiro lugar.
A sorte tornou-se uma aliada na passagem 25 com a entrada do safety-car, por causa de um maluco que invadiu a pista, situação em que os carros reduzem a velocidade e se aproximam. No giro 35, começou a chover. Sozinho no cockpit, decidiu: não trocaria os pneus. O diretor-técnico da escuderia italiana, Ross Brawn, o deixou à vontade. Foi essa decisão que lhe garantiu a vitória, já que o então líder da prova, Hakkinen, fez o oposto. O brasileiro assumiu a ponta. Nas últimas duas voltas, com a vitória praticamente assegurada, dirigiu em prantos.
Ao receber a bandeirada, seu avô, Rubens Barrichello, de 72 anos, desabafou. “Estava cansado das brincadeiras maldosas com meu neto”. O tricampeão Nelson Piquet, um dos maiores algozes do piloto, também vibrou. “Essa vitória é inesquecível, não poderia ter sido melhor”, resumiu.
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